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Junho 3, 2022

Vinhos veganos: mercado em expansão


A filosofia de vida vegana abarca a exclusão de todo e qualquer produto que contenha componentes que impliquem a exploração animal e os vinhos, não são exceções. Foi a pensar nos amantes de um bom copo de tinto, rosé ou branco que se criaram os vinhos veganos, hoje uma categoria em crescimento.


E não são apenas as pessoas veganas a optar pela compra desta categoria mais ecológica de vinho. Existe quem, por não conseguir deixar de comer carne, procure compensar em outros produtos e áreas da vida.


Como é o processo de elaboração dos vinhos veganos?


Uma das várias etapas de elaboração desta bebida é a clarificação. É neste processo que se removem impurezas e imperfeições como proteínas, aromas desagradáveis e leveduras visando, como o nome do processo indica, deixar a cor do vinho mais límpida. Os taninos são amaciados (no caso dos tintos) e a oxidação é prevenida.


É nesta fase e para este fim que produtos como clara de ovo (albumina), caseína (proteína do leite), gelatina (colagénio animal de origem bovina ou suína), cola ou óleo de peixe, quitina (produto da casca/concha de crustáceos) são adicionados.


Ainda que em doses muito pequenas, o facto de a bebida conter produtos de origem animal torna-se impróprio para consumo por parte de veganos visto que estes não se preocupam apenas com questões nutricionais. A população que se move de acordo com esta linha de pensamento aumenta de dia para dia, por isso, apostas no mercado que consagrem a estas pessoas hipóteses de compra compatíveis com elas, são bem sucedidas.


Quais são os produtos que substituem a origem animal?


Os substitutos aos agentes de origem animal para a fase de clarificação mais comum são os produtos de carbono, bentonita (base de argila), carvão ativado, calcário, sílica, caseína vegetal, batatas, ervilhas e até algas marinhas.


Talvez já tenha ouvido falar em vinho orgânico, ou vinho biodinâmico, ou vinho natural. É importante deixar claro que, apesar de o nome da categoria induzir em erro, estes vinhos podem ou não ser veganos.


O vinho orgânico é cultivado sem o uso agrotóxicos como pesticidas, herbicidas e fertilizantes sintéticos. O biodinâmico preza o equilíbrio entre todo o sistema que envolve o vinho (vinha, solo, clima e pessoas), e o natural pretende revelar as características genuínas da uva e do terreno (mínimo de intervenção na adega).


Apesar de serem métodos mais “amigos do ambiente” e poderem ser, além de tudo isto, veganos, não é garantido que o sejam.


A constatação no rótulo de se o vinho é vegano ou não, é opcional por parte da marca. No entanto, dado que este é um mercado em expansão os produtores fazem questão de estampar essa informação na embalagem facilitando de perceber se o vinho é ou não livre de produtos de origem animal.


Apesar de existirem entidades certificadoras nem sempre os produtores estão dispostos a pagar o valor que estas cobram pelo certificado. As expressões “não filtrado” ou “métodos de autoclarificação natural” no rótulo significam que nenhum agente clarificador foi utilizado no processo de gestação do vinho, por isso é vegano.


Portugal é conhecido pelos incríveis vinhos que produz de norte a sul do país. Pode acontecer que uma das suas marcas preferidas já esteja a produzir um vinho vegano e que por isso não seja difícil de encontrar um de que goste. Se, por outro lado, estiver com dificuldades, experimente ir a um restaurante vegano para conhecer as escolhas pelas quais os proprietários já conhecedores do mercado optaram!