Contudo, sabemos que para além desse princípio maior, há vários benefícios que quem quer saber como se tornar vegano deve ter em mente para sustentar a sua decisão de forma informada e consciente.
Lembramos, antes de mais, que ser vegano vai muito para além da comida vegan. Trata-se de não consumir qualquer tipo de produto com origem animal ou cujo processo de fabrico envolva sofrimento ou crueldade animal.
Para além de que o que um vegan não pode comer, como carne, peixe, leite e ovos, e outros ingredientes ligados à alimentação, há muitos produtos absolutamente proibidos, como roupa e cosméticos, para além da frequência de “espetáculos” com animais, como circos e touradas.
Olhar de forma holística para a questão é, desde logo, um bom ponto de partida para entender as múltiplas camadas que estão inerentes ao estilo de vida vegano.
Em linguagem simples: pode-se começar pelo prato num restaurante vegan em Lisboa, mas a filosofia vai muito mais além. Contudo, quando se está a pesquisar sobre como se tornar vegano e sendo verdade que é com a saúde de todo o planeta que nos estamos a preocupar, não devemos subestimar o impacto da comida vegan na nossa saúde. Vejamos alguns dos benefícios.
Quais os benefícios do veganismo?
Diminuir risco de cancro
A dieta vegan reduz os riscos de surgimento de alguns cancros. Comer legumes de forma regular reduz o risco de cancro de 9 a 18% mostram estudos. Ao ingerir pelo menos sete porções de fruta e legumes por dia o risco de morte associada ao cancro diminui até 15%.
Tendo em mente estes dados, estudos indicam que os veganos têm um risco 15% menor de desenvolver ou morrer de cancro. Há vários cancros que podem beneficiar com a dieta vegan: o cancro do cólon, da mama e da próstata.
Eficácia no combate às doenças cardíacas
As contas são fáceis de fazer: a comida vegan tem baixos níveis de colesterol e gorduras saturadas, pelo que o risco de entupimento de veias e artérias que podem conduzir a enfarte, é menor. A diminuição do consumo de sódio, que contribui para doenças cardíacas, também é apanágio da dieta vegan. Ser vegan é ter um coração melhor e mais forte! Vários estudos indicam também que um vegan tende a ter a pressão arterial dentro dos limites da normalidade.
Mantenter-se em forma
Se quer emagrecer, ser vegano é também uma enorme ajuda. A alimentação plant based elimina alimentos pouco saudáveis que podem causar problemas de peso. Há também muitos mitos sobre o consumo de carne e o desporto que devem ser desconstruídos: uma dieta vegan ajuda a ganhar mais energia para a prática de actividade físicas. O caso do atleta de futebol americano Tony Gonzalez, que baseou a sua alimentação em comida vegan é muito conhecido.
Menos dores
Inúmeros estudos indicam que uma dieta vegan beneficia quem sofre com diferentes tipos de artrite. Um destes provou que ao ser seguida uma dieta vegan durante seis semanas, os pacientes subiram os seus níveis de energia e se sentiram melhor do que os pacientes cuja dieta não foi alterada.
Os mesmos pacientes indicaram também uma melhoria em sintomas como inchaços nas articulações, rigidez matinal e dores, sempre em comparação com aqueles que continuaram com a dieta não vegana.
Segundo outras pesquisas, combinando a eliminação do consumo de produtos lácteos com uma dieta vegan e sem glúten, o resultado pode ser a melhoria de pessoas que sofrem de artrite reumatoide.
Menos açúcar
Um vegan tem 50 a 78% menor risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2. Vários estudos provenientes da Terra do Tio Sam, reportam que a dieta vegan reduz mais os níveis de açúcar no sangue em diabetes do que as dietas sugeridas pela Associação Americana de Diabetes (ADA), pela American Heart Association (AHA) e pelo National Cholesterol Education Program (NCEP).
Mais nutrientes
Um vegano não come apenas saladas. Quando se abdica de comer carne, peixe, leite e ovos tem que substituir os nutrientes que se encontram nestes por aqueles que se encontram nos grãos, frutas, legumes, feijões, ervilhas, nozes e sementes. O que alguns estudos sugerem é que a dieta vegan tende a fornecer mais fibras e antioxidantes. Os compostos vegetais podem ser mais ricos em potássio, magnésio, folato e vitaminas A, C e E.
Se ainda não é vegan, saiba que é normal ter dúvida e fazer perguntas antes de e ao fazer a transição. Pode começar à mesa num restaurante vegan, conversar com quem já passou pelo processo e pesquisar sobre as consequências do consumo animal no planeta.
Mas é fundamental que saiba os benefícios para a sua saúde, que aliás pode confirmar numa ida a um nutricionista. Este é um profissional clínico que pode também ser um peça importante em todo o processo.